Ex-garota de programa é acusada de copiar nome da filha de Neymar: 'Foi uma provocação'
nov, 16 2025
Quando Nayara Macedo das Virgens, conhecida como Any Awuada, deu à luz sua segunda filha em outubro de 2025, ninguém imaginava que o nome escolhido — Maria Vitória — acabaria virando um dos maiores escândalos de mídia do ano. A escolha, idêntica ao nome completo da segunda filha de Neymar Santos Júnior, apelidada de Mavi, gerou ondas de reações nas redes sociais. Críticos não esconderam: foi uma provocação. E não apenas uma brincadeira de mau gosto — mas um gesto calculado, feito no momento em que Awuada ainda respondia a um processo judicial por falsificação de produtos de beleza e enfrentava críticas por ter afirmado, meses antes, ter tido um relacionamento com o jogador.
Um nome, duas histórias, uma polêmica
A filha de Neymar, nascida em 2024, chama-se oficialmente Maria Vitória, e seu apelido, Mavi, é amplamente usado pela família e pela imprensa. Já a recém-nascida de Any Awuada, nascida em 25 de outubro de 2025, leva exatamente o mesmo nome. Nada na lei brasileira impede duas pessoas de terem nomes idênticos — mas quando uma delas é uma mulher que já afirmou publicamente ter tido um relacionamento com o astro do futebol, e a outra é filha dele, o contexto muda completamente. A coincidência, para muitos, não é coincidência. "Ela não escolheu esse nome por acaso. Foi uma declaração", disse a jornalista Laura Vicaria, em reportagem para o Terra. "É como se ela estivesse dizendo: ‘Veja, eu também tenho uma filha com esse nome. E agora?’".Do cárcere ao berço: o contexto que alimenta a polêmica
A escolha do nome não surgiu no vácuo. Em maio de 2025, Any Awuada foi presa em Mogi das Cruzes, no interior de São Paulo, por suspeita de vender cosméticos e perfumes falsificados por meio do Instagram. A acusação vinha de uma investigação da Polícia Federal do Brasil — Divisão de Propriedade Intelectual, que apontou que ela e mais duas mulheres operavam uma rede de falsificação com faturamento estimado em R$ 1,2 milhão. Durante os 37 dias em que permaneceu detida na delegacia de Itaquaquecetuba, ela desenvolveu uma infecção urinária grave — tão severa que precisou ser transferida para o Hospital Regional de Itaquaquecetuba. Seu advogado, Sabrina Blaustein, afirmou à revista Quem: "Ela estava grávida, doente, e ninguém a transferiu por quase uma semana. Foi um descaso". Mesmo assim, ela manteve a gravidez. E em 21 de março de 2025, já grávida, apareceu no programa de Natelinha e disse, em tom de brincadeira: "Se o Neymar quiser me ver de novo, me dá uma bolsinha". A frase viralizou. Aos olhos de muitos, já era um jogo de atenção. Agora, com o nome da filha, o jogo virou guerra.A defesa: "É um nome comum, e ela tem direito"
A equipe jurídica de Awuada, liderada por Sabrina Blaustein e Victoria Ramalho, reagiu com firmeza. Em comunicado divulgado em 14 de novembro, afirmaram: "Maria Vitória é um nome tradicional, usado por milhares de brasileiras. Não há crime em nomear uma filha com um nome comum, mesmo que alguém famoso o use. A acusação de provocação é uma construção midiática, não uma evidência legal". E acrescentaram: "Nossa cliente não tem responsabilidade sobre o que outras pessoas imaginam ou projetam sobre ela". Mas a defesa não nega o contexto. Ela apenas rejeita a interpretação maliciosa. "Se ela tivesse escolhido ‘Neymarzinha’ ou ‘Mavi Jr.’, aí seria diferente. Mas ‘Maria Vitória’? É como se alguém chamasse seu filho de João e dissessem que estava copiando o João da família real. É exagero", disse Ramalho em entrevista ao G1.
O que o público vê — e o que a lei não vê
A opinião pública, no entanto, não segue as mesmas regras. No Instagram, a hashtag #MariaVitoriaDaAwuada já acumula mais de 2,3 milhões de menções. Vídeos de pessoas comparando fotos da filha de Neymar com a de Awuada têm milhões de visualizações. Alguns comentários são cruéis: "Ela quer ser a mãe do Neymar?". Outros, mais sutis: "Isso é um jogo de poder. Ela sabe que é o único jeito dela entrar na história dele". Mas há também quem veja a situação com empatia. "Ela é uma mulher que passou por prisão, doença, julgamento público. E agora ainda é acusada de ser má por dar um nome bonito à sua filha?", escreveu a psicóloga Camila Ribeiro, em postagem viral. "Se ela quisesse se vingar, teria feito algo mais grave. Ela só escolheu um nome. E isso não é crime".O que vem a seguir: processo e privacidade
O caso judicial de falsificação ainda está em fase de análise. O Ministério Público de São Paulo não anunciou data para a acusação formal. A defesa afirma que está revisando os autos e que não há provas concretas de que Awuada tenha sido a organizadora da rede. Ainda assim, seus perfis no Instagram permanecem privados desde maio — e ela não fez nenhuma declaração pública sobre o nome da filha. Enquanto isso, o nome Maria Vitória continua sendo o mais buscado no site do IBGE entre as recém-nascidas de São Paulo em outubro — e não por acaso. Em 2024, foi o 17º nome mais dado a meninas no estado. Em 2025, subiu para o 12º. O que isso significa? Que o nome já era popular. Mas agora, ele tem dois rostos: o de uma menina de 18 meses, filha de um astro, e o de uma recém-nascida, filha de uma mulher que o mundo tenta reduzir a um conto de má-fé.
Quem é Any Awuada — além do escândalo
Nayara Macedo das Virgens, 28, é natural de São Bernardo do Campo. Trabalhou como modelo e criadora de conteúdo adulto desde os 20 anos. Em 2023, começou a atuar como acompanhante de luxo em eventos de alto padrão. Nunca negou sua profissão — mas também nunca se apresentou como vítima. Seu conteúdo, em sua maioria, era de autenticidade e empoderamento. "Eu não roubo nada de ninguém. Eu vendo o que tenho", disse em um vídeo de 2024, que ainda circula em arquivos privados. Agora, ela enfrenta duas batalhas: uma na justiça, outra na opinião pública. E talvez, a mais difícil: ser vista como mãe — e não como personagem de novela.Frequently Asked Questions
Por que o nome Maria Vitória gerou tanta polêmica se é comum?
O nome Maria Vitória é realmente comum — foi o 12º mais usado em São Paulo em 2025. Mas a polêmica surgiu porque coincidiu com o nome da filha de Neymar, Mavi, e com o contexto de uma mulher que já afirmou ter tido um relacionamento com ele. O que torna o nome controverso não é ele em si, mas o momento e a pessoa que o escolheu. A percepção pública é de intenção, não de legalidade.
O que acontece com Any Awuada agora?
Ela ainda responde a um processo por falsificação de cosméticos, investigado pela Polícia Federal e pelo Ministério Público de São Paulo. A defesa afirma que não há provas suficientes para condenação, e o caso está em análise. Não há data para julgamento. Ela não foi condenada e mantém o direito à presunção de inocência.
Neymar já comentou sobre o nome da filha de Any Awuada?
Não. Neymar Santos Júnior nunca fez nenhuma declaração pública sobre o caso. Seus assessores não responderam aos pedidos de comentário da imprensa. Isso não significa aprovação nem reprovação — apenas silêncio. Mas o silêncio dele, em um contexto tão midiático, é, por si só, um fato relevante.
O nome da filha pode afetar o processo judicial dela?
Não diretamente. A escolha de nome não é um crime e não tem relação jurídica com a acusação de falsificação. Mas pode influenciar a percepção do juiz e da opinião pública sobre a personalidade da ré. Em casos de alta exposição, a imagem pública pode, indiretamente, afetar negociações ou até a severidade das penas, mesmo que isso não seja legalmente correto.
Qual é o impacto desse caso na sociedade brasileira?
O caso expõe uma contradição: enquanto a sociedade julga mulheres que exercem profissões marginais com severidade, ignora as mesmas condutas em figuras públicas. Awuada é atacada por dar um nome comum, enquanto celebridades usam nomes exóticos sem crítica. O que está em jogo não é só um nome — é quem tem direito à dignidade, à privacidade e à maternidade no Brasil.
A filha de Any Awuada pode ser afetada no futuro por esse nome?
Possivelmente. Crianças que nascem em meio a escândalos midiáticos muitas vezes carregam o peso da reputação dos pais. Mas também há casos de crianças que, com o tempo, superam esses rótulos — especialmente quando crescem em ambientes protegidos. A mãe, agora, tem a responsabilidade de criar uma identidade própria para ela — e isso, talvez, seja o maior desafio.