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Disney enfrenta protestos após suspender Jimmy Kimmel

Disney enfrenta protestos após suspender Jimmy Kimmel set, 26 2025

Na última semana, a Disney virou alvo de protestos em duas das maiores cidades dos EUA depois de anunciar que o programa "Jimmy Kimmel Live!" seria retirado da programação da ABC sem prazo definido. A medida foi tomada após comentários controversos do apresentador sobre a morte do ativista conservador Charlie Kirk, que geraram uma reação intensa tanto na bancada da FCC quanto entre apoiadores do ex‑presidente Donald Trump.

Por que o programa foi suspenso?

O ponto de partida foi o comentário de Jimmy Kimmel em seu programa, no qual ele sugeriu que o assassino de Charlie Kirk poderia ser um simpatizante de Trump. A declaração foi condenada como "realmente doentia" pelo presidente da Federal Communications Commission (FCC), Brendan Carr, que chegou a alertar que a agência poderia investigar a emissora, a ABC, e sua controladora, a Disney, por suposta divulgação de informação enganosa.

Em entrevista a um podcast, Carr insinuou que a empresa poderia ser punida “de forma fácil ou difícil”, frase interpretada como uma ameaça direta. Poucos dias depois, a ABC oficializou a retirada do programa, citando “necessidade de revisão” e “preocupação com a integridade da programação”.

A decisão foi tomada em um momento delicado para a Disney, que tem interesses comerciais compartilhados com a Nexstar, maior proprietária de afiliados da ABC. A Nexstar aguarda aprovação do governo Trump para um acordo de fusão que movimenta milhões de dólares, o que alimentou as acusações de que a gigante do entretenimento teria cedido à pressão política para proteger seus ganhos.

Protestos nas ruas e debate sobre liberdade de expressão

Protestos nas ruas e debate sobre liberdade de expressão

Logo após o anúncio, grupos de ativistas, sindicatos de Hollywood e cidadãos comuns se reuniram em frente ao estúdio clássico da Disney em Burbank, além de manifestações simultâneas em Nova Iorque. A maioria carregava faixas como "Shame on ABC!", "Você não pode agradar a tiranos" e "Direitos de primeira em risco".

  • Participantes incluíam membros do sindicato SAG‑AFTRA, que tem atuação direta nos contratos de apresentações televisivas.
  • Vários motoristas passaram nas proximidades batendo a buzina em apoio ao protesto, criando um efeito de demonstração espontânea.
  • Civis sem vínculo direto com a indústria do entretenimento também se juntaram, citando a importância de preservar a liberdade de imprensa.

O discurso dos manifestantes convergiu para a ideia de que a decisão da Disney representa uma violação da Primeira Emenda dos Estados Unidos. Segundo eles, ao ceder à pressão de um grupo político, a empresa abre precedentes perigosos para a censura de conteúdo crítico.

Enquanto isso, quem defende a medida destaca que o comentário de Kimmel ultrapassou o limite do humor político e adentrou o terreno da desinformação. A campanha "Turn Off Disney", lançada pela organização de advocacy Common Cause, exige que consumidores boicotem a empresa até que ela reafirme seu compromisso com o jornalismo independente.

O presidente Donald Trump, ainda na presidência, reagiu nas redes sociais dizendo ser "Ótima notícia para a América" e elogiou a ação da Disney como um ato de coragem contra a esquerda. Sua intervenção aumentou ainda mais a polarização, com críticos acusando a administração de usar a situação para reforçar um discurso anti‑mídia.

Até o momento, Jimmy Kimmel não se pronunciou publicamente sobre a suspensão, nem a ABC deu detalhes sobre quando – ou se – o programa poderá retornar. A grade da emissora permanece vazia no horário tradicional do late‑night, enquanto executivos avaliam alternativas.

O clima nas ruas ainda é de tensão. Os protestos continuam, alimentados por novas torcidas de apoio e por organizações que veem no caso um exemplo de como grandes corporações de mídia podem ser pressionadas a silenciar vozes críticas. O futuro da "Jimmy Kimmel Live!" permanece incerto, mas o debate sobre liberdade de expressão versus responsabilidade editorial ganhou novo fôlego no cenário americano.