Disney enfrenta onda de críticas por remake live-action de 'Moana' com CGI excessivo e elenco questionado
nov, 18 2025
Na manhã de segunda-feira, 17 de novembro de 2025, o The Walt Disney Company soltou um teaser de apenas 59 segundos do remake live-action de Moana — e em menos de 24 horas, a internet explodiu. O vídeo, apresentado como uma adaptação realista do clássico animado de 2016, não só falhou em conquistar fãs, como provocou uma reação quase unânime de repúdio. A crítica mais forte? A atriz Catherine Laga'aia, de origem samoana e australiana, não parece nem de longe a Moana que os espectadores amaram — e o uso massivo de CGI deixou tudo com um ar artificial, quase de deepfake. O filme, com orçamento de US$ 200 milhões, estreia em 10 de julho de 2026, mas já começa sob o peso de acusações de exploração, falta de respeito cultural e pura ganância.
Um remake que ninguém pediu — e que veio cedo demais
A animação original de Moana, lançada em 23 de novembro de 2016, foi um marco: primeiro filme da Disney com protagonista polinésia, aclamado por sua representação autêntica, música cativante e história profundamente enraizada na cultura do Pacífico. A voz de Auliʻi Cravalho, então com 15 anos, foi fundamental para dar vida à jovem guerreira. Quatro anos depois, em novembro de 2024, a Disney lançou Moana 2, que arrecadou mais de US$ 700 milhões e foi bem recebido por críticos e público. Agora, apenas dois anos após o sequel, surge um remake live-action? Isso não é nostalgia. É pressa. E isso incomoda. Com apenas 9 anos e 8 meses entre o lançamento original e o remake, é o intervalo mais curto da história da Disney para esse tipo de projeto — muito menor que O Rei Leão (25 anos) ou A Bela e a Fera (21 anos).CGI ou realidade? O que está mesmo na tela?
O teaser mostra Dwayne Johnson como Maui — um acerto, já que ele reprisa seu papel de voz original e agora aparece fisicamente. Mas o foco da revolta é Laga'aia. Nas imagens, seu rosto é mais angular, os olhos mais distantes, o nariz menos arredondado — tudo diferente da animação, que foi cuidadosamente inspirada em mulheres polinésias reais. Fãs compararam fotos lado a lado e notaram: mesmo com cabelos igualmente volumosos, a semelhança é mínima. E aí vem o golpe final: o CGI. As ondas, as nuvens, até o brilho dos olhos de Moana parecem digitais demais. A crítica de cinema Grace Randolph, da série Beyond the Trailer, resumiu com precisão: "É como se alguém tivesse jogado a versão animada no AI e dissesse: faça isso parecer real." Muitos espectadores sentem que o filme não é uma adaptação — é uma cópia digital mal feita."Isso é racismo?" — A acusação que não pode ser ignorada
As redes sociais se encheram de perguntas: Por que substituir uma atriz polinésia real, Auliʻi Cravalho, por outra que não parece com o personagem? Por que não escolher alguém com traços mais próximos da animação — que, lembremos, foi criada com consultoria de especialistas da região? A produção inclui outros atores de origem polinésia: John Tui, Frankie Adams e Rena Owen. Mas o protagonista é quem carrega o peso da representação. E quando o rosto da heroína não reflete o que os fãs conhecem — e ainda por cima parece um produto de algoritmo — a dor é profunda. O hashtag #NotMyMoana trending em 17 países, incluindo Austrália, Nova Zelândia e EUA, não é só sobre aparência. É sobre identidade. É sobre quem tem o direito de contar histórias. E se a Disney quer lucrar com a cultura polinésia, então precisa fazer isso com respeito — não com filtros.Um negócio que só quer dinheiro
A Disney já fez 13 remakes live-action desde 2010. A maioria foi um sucesso financeiro — A Bela e a Fera faturou US$ 1,2 bilhão, O Rei Leão US$ 1,6 bilhão. Mas esses filmes tinham um intervalo maior, uma nova narrativa ou um apelo visual diferente. Aqui? Nada. O teaser de Moana é quase uma cópia pixel a pixel da animação. E o público percebe. A versão original arrecadou US$ 643,3 milhões globalmente. O sequel, lançado em 2024, superou isso. Então, por que gastar US$ 200 milhões em um remake? A resposta está nos números: Disney precisa de receitas constantes. E se os fãs não querem? A empresa já está acostumada a ignorar.O que vem a seguir?
Até agora, a Disney não emitiu nenhuma declaração oficial. Nada de esclarecimento. Nenhum gesto de diálogo. Isso só alimenta a desconfiança. O próximo trailer, esperado para o primeiro trimestre de 2026, será crucial. Se mantiver o mesmo estilo, o filme pode se tornar um dos maiores fracassos de imagem da empresa nos últimos anos. Mas se houver mudanças — na maquiagem, nos efeitos, na narrativa — talvez ainda haja espaço para recuperação. Até lá, os fãs estão vigilantes. E não vão esquecer.Contexto histórico: O que mudou desde 2016?
Em 2016, Moana foi uma revolução. A Disney, pela primeira vez, contratou um conselho de especialistas polinésios para orientar a animação — desde os movimentos de dança até os mitos da cultura. A escolha de Auliʻi Cravalho, uma jovem havaiana de origem polinésia, foi um ato de autenticidade. Agora, em 2026, a empresa parece ter esquecido essa lição. O que era um símbolo de inclusão virou um exemplo de exploração. E isso dói mais porque a cultura que inspirou o filme ainda enfrenta desafios reais: perda de terras, erosão cultural, invisibilidade na mídia global. Quando a Disney transforma uma herança viva em um produto de CGI, ela não só decepciona — ela desrespeita.Frequently Asked Questions
Por que a escolha de Catherine Laga'aia gerou tanta polêmica?
Embora Laga'aia seja de origem samoana, como o personagem, sua estrutura facial — nariz, olhos, mandíbula — difere significativamente da animação, que foi meticulosamente baseada em referências reais da cultura polinésia. Fãs notaram que ela não parece uma "versão real" de Moana, mas sim uma versão digitalizada, o que gerou acusações de que a Disney priorizou aparência comercial em vez de autenticidade cultural.
O que torna esse remake diferente dos anteriores da Disney?
É o primeiro remake lançado enquanto o original ainda está em circulação ativa — Moana 2 estreou em novembro de 2024, apenas dois anos antes. Além disso, o intervalo de 9 anos e 8 meses entre o original e o remake é o menor da história da Disney, o que reforça a percepção de que o projeto é motivado por lucro, não por criatividade ou respeito à obra original.
Como o uso de CGI afeta a percepção do filme?
O CGI excessivo torna o trailer parecido com uma animação renderizada, não com uma produção live-action. Críticos como Grace Randolph apontaram que parece um deepfake, o que mina a promessa do filme de ser "real". Isso não só decepciona os espectadores, mas também desvaloriza o trabalho de atores reais e técnicos de efeitos práticos, que poderiam ter criado algo mais autêntico.
A Disney já respondeu às críticas?
Até 18 de novembro de 2025, a Disney não emitiu nenhum comunicado oficial. Esse silêncio é interpretado como desdém pela opinião pública, especialmente por comunidades polinésias que já enfrentam marginalização na indústria do entretenimento. A ausência de diálogo alimenta o sentimento de que a empresa trata culturas como commodities, não como heranças vivas.
O que os fãs querem agora?
Muitos pedem que a Disney pare de fazer remakes desnecessários e invista em novas histórias originais com representação autêntica. Outros querem que a empresa reconheça publicamente o erro e, se continuar com o filme, faça mudanças visuais reais no próximo trailer — como reduzir o CGI e realçar as características reais da atriz, em vez de idealizá-la digitalmente.
Qual é o impacto financeiro esperado?
Apesar da reação negativa, o filme ainda pode ter sucesso comercial — especialmente entre públicos menos atentos às críticas culturais. Mas a perda de reputação pode afetar vendas de merchandising, streaming e parcerias. A Disney já perdeu US$ 1,2 bilhão em valor de mercado em 2023 por decisões semelhantes. Se o fracasso de imagem persistir, pode impactar investimentos futuros em projetos culturais.